16 agosto, 2010

Calmaria

Chove, e mesmo assim eu não vou embora, é uma chuvinha fina e gostosa.
Está tudo calmo, nada ao meu redor me atinge, venta como se esse vento levasse os meus problemas embora.
Não quero ir embora daqui, voltar para o meu mundo doentio, problemático, mas se a chuva apertar, não tenho para onde me esconder, alias, eu nunca tive para onde ir.
Os pássaros voam atordoados, o ranger do balanço ao longe, me tira do transe em que me encontrava. Algo começa a me incomodar, mas deve de ser apenas mais alguma ilusão da minha mente.
Sinto o vento rasgar a minha pele, isso me acalma, os humanos a minha volta continuam com os seus afazeres, nenhum deles sabe o que se passa na minha cabeça, e eu não confio em nenhum deste humanos para revelar os meus segredos. 
Mesmo que me consuma por dentro, 
Mesmo que eu sofra,
Mesmo que um destes humanos tenha a solução.
Não revelarei.

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