16 agosto, 2010

Tum-dum.

Tum-dum...
Tum-dum...
É o meu coração batendo,
O sangue pulsando
E o meu cérebro fervendo.

Tum-dum...
Tum-dum...
Este barulho me atormenta.
Fico surda, muda e tensa.
Mas ainda sinto o tum-dum.

Tum-dum...
Tum-dum...
Quando deixarei de te escutar?
Finalmente poderei me ouvir?
Sem este tum-dum me contrariar?


Tum-dum...
Tum-dum...
Me lembra o tic-tac de uma bomba relógio.
E sem ao menos um prévio aviso,
Explode em amor ou ódio.


Tum-dum...
Tum-dum...
Agora eu acho que já chega!
Minha mente se entorpece,
E o sono me aconchega.

Calmaria

Chove, e mesmo assim eu não vou embora, é uma chuvinha fina e gostosa.
Está tudo calmo, nada ao meu redor me atinge, venta como se esse vento levasse os meus problemas embora.
Não quero ir embora daqui, voltar para o meu mundo doentio, problemático, mas se a chuva apertar, não tenho para onde me esconder, alias, eu nunca tive para onde ir.
Os pássaros voam atordoados, o ranger do balanço ao longe, me tira do transe em que me encontrava. Algo começa a me incomodar, mas deve de ser apenas mais alguma ilusão da minha mente.
Sinto o vento rasgar a minha pele, isso me acalma, os humanos a minha volta continuam com os seus afazeres, nenhum deles sabe o que se passa na minha cabeça, e eu não confio em nenhum deste humanos para revelar os meus segredos. 
Mesmo que me consuma por dentro, 
Mesmo que eu sofra,
Mesmo que um destes humanos tenha a solução.
Não revelarei.

Sonho, Desejo, Tudo.

Já é noite, e a vida continua para todos eles, mas para eu que estou presa nesta ilusão, o tempo não passa, me sinto ainda como uma criança, desprotegida.
Um dia eu sonhei em encontrar alguém que me ajudasse, que me livrasse de todas as minhas aflições. Mas esse alguém nunca apareceu, muitas vezes pensei ter encontrado, mas a minha esperança foi em vão, e por isso desisti deste meu sonho que na verdade era apenas um sonho, certo?
Eu nunca conseguiria alcançar nada com esta vida que levo...como esperar por alguém, sendo que não confio nestes seres tão estranhos?
Desejei fervorosamente encontrar algum humano, que fosse humano realmente, pensasse como um, agisse como um. Mas isso não existe, portanto deverá ficar adormecido dentro de meus pensamentos.
Agora está na hora de despertar, e tentar me tornar uma "humana" pois só assim vou conseguir seguir em frente, conseguir "viver", pois não me sinto viva.
As Flores das arvores balançam sutilmente contra o vento noturno, tudo ao meu redor está vivo, a grama, o céu, o vento, as pessoas...me sinto estranha, pois não faço parte disto, nunca fiz e nem sei se poderei fazer um dia.